Uma relação conturbada... sempre foi assim.
E mesmo entre ebulições, queríamos ficar juntos.
Fomos mais longe do que o permitido.
Fomos além de todos os limites... e ainda insistimos.
Chegamos até a beira do abismo juntos.
E mesmo assim, não paramos...
Caímos... sangramos... e aos poucos, a vida foi nos levantando.
Porém, cada um subiu por um lado... e desde então, um precipício nos separa.
O tempo passa, mas de vez em quando voltamos à esse lugar.
Sentamos na borda, só para ouvir melhor o eco da saudade.
E sempre com a esperança de encontrar uma ponte.
Mas não para atravessar... apenas para nos abraçar no meio do caminho.
Olhar para baixo e sentir a vertigem de uma grande queda.
Olhar para cima e saber que tudo valeu a pena.
Olhar para frente e descobrir o sorriso do outro.
Juntos!
Um abraço apertado na dobra do abismo...
Talvez, nesse instante, os corpos flutuariam.
Carinhando a saudade num silêncio risonho.
Sentindo a paz envolvendo o proibido.
Desejando o bem com a mais pura sinceridade.
Talvez, nesse instante, os braços conseguiriam emendar o que foi rompido.
E então, por um instante, nada mais existiria...
Quando as emoções se manifestam em sua plenitude quase podemos tocá-las.
E depois, chegaria o momento da despedida.
Cada um seguindo para a sua metade.
Cada qual caminhando para o seu lado do abismo.
Mas não seria uma despedida triste.
Poderíamos nos encontrar no meio da ponte muitas e muitas vezes.
Seria a nossa ponte... o nosso ponto de encontro... o ponto de equilíbrio...
Uma despedida de bem querer, que se traduziria apenas com um...
Tchau, Coração!
(e um beijo carinhoso seria jogado ao vento...)
__________________________________________________________ by N.N.